FORMOSA DO RIO PRETO – JULHO/2010
Ligeiras notas escritas inicialmente
para fins de pró-memória do autor, que ousa passá-las para conhecimento de
alguns amigos de Formosa. Trata-se de anotações que fizemos sobre as novidades
do município, bem como de seus velhos problemas que ainda desafiam a
administração local.
Novidades: Quanto às novidades, diríamos que a cidade
está se expandindo e ganhando importância inclusive eleitoral aos olhos da
governança estadual. Segundo depoimento de um vereador ligado aos negócios
imobiliários locais, Formosa estaria recebendo, mensalmente, entre dez e vinte
novas famílias. Achamos que há alguma verdade nessa estimativa, pois a
movimentação das pessoas pelas ruas da cidade, notadamente em veículos de duas
e quatro rodas, já é bem visível.
A telefonia móvel que havia nos
surpreendido em jan/2007, tornou-se comum, acessível a maioria das pessoas,
inclusive àquelas da zona rural, pois esse tipo de comunicação já alcança os
sítios e fazendas do município. Na cidade, há muitos notebooks conectados à
internet com telefonia móvel.
A internet, apesar de lenta,
inconstante e relativamente cara, mostrou-se para nós uma alternativa para
leitura de notícias mais independentes e troca de e-mails. Se vingar a proposta
do governo federal para a criação de empresa de internet com banda larga
e ligada a Telebrás, seria mais uma boa novidade para os municípios
brasileiros.
Valorização das
terras: Outro dado revelador do
incremento populacional diz respeito à valorização das terras. O perímetro
urbano, praticamente ocupado, já encosta nas pequenas chácaras, que se
valorizam assustadoramente.
Rodoviária: Outros indicadores relacionados com a
importância que a cidade está ganhando ante a administração estadual são a
construção de uma rodoviária, cuja verba já estaria disponível, e a
inauguração, brevemente, de um pequeno edifício do INSS. Vale lembrar que
anteriormente a população teria de se deslocar para Barreiras (capital
regional) para resolver seus problemas assistenciais e previdenciários.
Ensino superior: Notei, também, a preocupação de alguns jovens
quanto à necessidade de acesso ao ensino de nível superior. A luta por acesso à
universidade denota o despertar da consciência de parcelas da juventude
formosense. Os telecentros, as faculdades de ensino à distância são, por
enquanto, as realidades mais próximas desses jovens.
É bom recordar que a cultura humaniza o
homem, e nós só nos humanizamos quando nos colocamos no centro dos debates
fundamentais, elevando nossa qualidade de vida.
Com relação à questão educacional, uma
solução mais imediata inclusive para a geração de emprego e suprimento de mão
de obra para a região, seria a instalação de pequenos institutos de ensino
profissionalizantes, uma vez que a extensão universitária estaria longe do
alcance da maioria dos jovens do município.
Reclama-se muito da falta de
profissionais de nível médio, e até de outras formações, tais como, pedreiro,
eletricista, técnicos em eletrônicos, informática etc. Não seria de todo
impossível uma ação do poder público municipal para bancar a formação de
pessoas interessadas. A certificação seria outra medida de aprimoramento
profissional para aqueles que já desempenham funções correlatas, mas de maneira
informal.
Chamou nossa atenção um aspecto
comportamental relacionado com a falta de compromisso dos profissionais de
Formosa. Eles prometem muitas vezes atender a uma demanda e não comparecem.
Outras vezes dizem: vou ali e volto já, e simplesmente some do mapa!
Segundo ouvi, há outros casos de profissionais ligados à prestação de
alguns serviços públicos que não cumprem horário, citado, como exemplo, o
atendimento odontológico.
Não tivemos tempo para pesquisar as
causas de tal comportamento. Em alguns casos, teriam eles assumido vários compromissos
simultaneamente e, por isso, não dariam conta do recado? Ou desenvolvem também
atividades pessoais, de interesse próprio, isto é, pessoas que ainda não se
despiram totalmente de seus próprios meios de produção? Uma questão cultural?
Pessoas sem a tradição do trabalho operário, assalariado, pessoas que ainda não
se reconhecem como proletários? Eis a questão!
Outros tipos de comportamento: jovens
que estão adquirindo veículos pela primeira vez na vida fazem questão de
estacioná-los, mantendo, porém, o rádio do carro ligado em alto volume, uma
maneira, talvez, de chamar atenção para sua nova condição de vida, e até para
impressionar as jovens de sua idade. Esse comportamento lembra os valores dos
novos ricos da Revolução francesa, quando tentavam imitar os modos, os valores
da nobreza feudal. Eles tinham a posse material da riqueza, porém, não tinham o
refinamento imperial. Curiosa essa questão das sobrevivências culturais, pois
até hoje se fala em rei do futebol, rainha do carnaval, bairro nobre da cidade
etc.
Outra novidade estridente diz respeito
aos carros e motos com alto-falantes ligados a todo volume anunciando vendas,
promoções, e até shows de artistas. Aqui uma observação: cantores de música
country, como Frank Aguiar (deputado federal por SP), ao se exibirem em
Formosa, indicam que nossa cidade já está se constituindo em mercado gerador de
renda para artistas. Estimamos a população do município em 26 mil habitantes, e
colégio eleitoral de 17 mil votantes.
Com relação à questão
cultural, nada ou muito pouco se fez, nos
últimos anos. A cidade não tem cinema, teatro, sessões de vídeo para debate em
espaço público. Não há associações de bairro, comunidade de vizinhos,
jornal-mural, programas musicais clássicos. Não se pratica esporte olímpico,
apenas basquete e futebol. Na ausência de atividades culturais e esportivas, os
mais jovens gastam sua energia em festas e bebedeiras, e os mais velhos dormem
no sofá diante da televisão!
Transporte e Rodovia: A conclusão dos trabalhos de asfaltamento do
trecho da rodovia BR-135, entre Formosa (BA) e Corrente (PI), é outra boa
notícia para a região do noroeste baiano. Aliás, as estradas federais de
Goiânia a Brasília e desta capital a Teresina e a Salvador estão ótimas. Quem
não se lembra dos tempos em que se levava dia e meio a cavalo para percorrer a
distância de Formosa a Corrente. Atualmente, tal distancia é percorrida em
apenas 45 minutos, viajando a 100 km/h. Quanto ao transporte, há ônibus para
todos os lugares, e o movimento de veículos de duas e quatro rodas já é bem
intenso.
Energia: O que está faltando para impulsionar de vez o
crescimento econômico do município seria a instalação de uma subestação
energética, energia trifásica para a agroindústria e outros estabelecimentos
industriais, a par de melhorar a iluminação pública e a recepção de sinais
relacionados com a comunicação em geral.
Poder público: Quanto ao poder público municipal, teceremos
rápidos comentários, pois muito já dissemos em nossas ligeiras notas de janeiro
de 2007.
A cidade está limpa, a recolha do lixo
parece eficiente, em que pese à péssima iluminação pública. Os postos de saúde
que havíamos citados anteriormente já foram inaugurados. O atendimento parece
razoável. Há, contudo, superpopulação no ambulatório central. Formosa já está
necessitando de um hospital de porte médio, pois a população está se
multiplicando rapidamente.
Assistimos a uma sessão da Câmara dos
vereadores. Notamos que a grande maioria dos edis é egressa da zona rural e com
baixo nível de instrução. Por um lado, é saudável a participação popular dessa
parcela de nossa gente, pois eles também são corresponsáveis pelo destino
político do município. Por outro, há, ao que parece, um processo de cooptação
dos líderes das comunidades rurais, de tal sorte que não há quase oposição à
administração local. Mas não é essa uma realidade política nacional?
Como mudar a relação de compadrio da
política formosense? Entendemos que somente o poder popular poderá controlar o
poder público, apropriado que foi pela classe dominante, pela subordinação aos
interesses do Capital. População desorganizada, sem opinião sobre suas próprias
necessidades e sem participação política, transforma-se em massa, e aí reside a
fraqueza política dos habitantes de Formosa.
PIB e Fatores da
mudança: O PIB do município, segundo o
IPEA, teria se expandido, em termos reais, 345,92% (16,12% ao ano), no período
1996 a 2007. Quais são os fatores que estão contribuindo para a mudança no
município? Diríamos que, em primeiro lugar, a interiorização do Capital, as
relações capitalistas, não só na região do noroeste baiano, mas na maior parte
do País. Em segundo lugar, a expansão da fronteira agrícola do agronegócio.
Formosa já responde por boa parte da produção agrícola da região, notadamente
da soja, milho, algodão, arroz, feijão etc., e brevemente do café, do biodiesel
etc. Terras razoavelmente férteis e abundância de água potável são as riquezas
maiores da região. Essas mudanças, entretanto, implicam problemas dos quais
trataremos sucintamente mais adiante.
As transformações
sociais que estão ocorrendo em Formosa
estão contaminadas pelos vícios inerentes ao sistema capitalista. Aliás, já se
registra no município crescente índice de roubos, de uso de drogas e de outras
ilegalidades. Não vimos meninos de rua, nem mendigos, soubemos, porém, que há
garotas de programas noturnos, às margens da rodovia. É uma pena, pois como se
já não bastasse a miséria oficial veiculada pela mídia, traduzida,
principalmente, em novelas de pouco conteúdo, nos programas de ocorrências
policiais, nos noticiários vazios de conteúdo analítico e dos quais ninguém se
lembra no dia seguinte, e nas intermináveis homilias de insensatos pregadores.
Com relação à mídia, vale lembrar que
ela é concessão do Poder público às empresas privadas, as quais devem
proporcionar à população o entretenimento de bom gosto, as informações
cotidianas independentes e necessárias, os programas educativos etc. A mídia
brasileira atual não passa de engrenagem do Capital, triturando consciências
alheias. E o resto é propaganda!
A questão do meio
ambiente: Um dos vereadores, talvez o único
de oposição, alertou, na aludida sessão, mencionada anteriormente, que o rio
está secando. E aqui acrescentamos trecho de nossas notas anteriores, pois dada
a gravidade do problema vale repisar o que já foi dito e escrito.
Notamos tendência de aumento no número
de pequenas chácaras, ao longo das margens do rio Preto. Se por um lado, essas
construções são indicadores de uma diferenciação social, de um novo estrato de
renda que teria se constituído para além dos rendimentos médios da população,
por outro, mais um problema para a cidade. Os donos dessas chácaras, além do
desmatamento, do pouco cuidado com o saneamento, estendem cercas aramadas e
eletrificadas que avançam até ao nível das águas do rio Preto, impedindo, dessa
maneira, o livre trânsito de pescadores, banhistas e pessoas que gostam de
caminhar pelos arredores da cidade.
A apropriação privada das várzeas que
pertencem ao rio é outro problema. A várzea é o lugar de repouso das cheias,
incubadora de alevinos, reguladora da vazão fluvial, refrigério da flora e
amenizadora do clima. Há, também, a extração de areia das margens do rio o que
contribui para a queda do pouco que resta da mata ciliar. Observamos pessoas
lavando veículos, animais, roupa e outros objetos domésticos, acentuando a
poluição das águas. A lavagem de objetos domésticos no rio por parte da
população pobre da cidade decorre do custo da água nas torneiras de suas casas,
uma vez que o fornecimento de água foi privatizado pelo poder municipal.
Ultimamente, tem aumentado o número de banhista que jogam ou abandonam às
margens e no leito do rio latas de bebida, sacolas de plástico e outras
injuriosas.
A questão do
saneamento: deve ser uma
das prioridades do poder público. Rios poluídos, arredores devastados afugentam
turistas e deprimem, psicologicamente, seus moradores, além de se tornar
ambiente propício à proliferação de diversos males. Nada ouvimos sobre este
tema, a exceção da citação isolada do vereador a que já nos referimos.
Ação predatória do
agronegócio: O agronegócio
baseado na aplicação de capital internacional à agricultura brasileira já teria
alcançado o gerais formosense. Sua presença se faz diretamente ou em associação
aos latifundiários nacionais. O agronegócio, ao que parece, é uma forma de
dominação econômica e estratégica, à medida que ele é dominado por
multinacionais, gerando, por conseguinte, nível de dependência absoluta na
agricultura brasileira.
Segundo um estudioso, ligado à
coordenação do MST, as características do agronegócio são: concentração da
propriedade agrícola em poucas empresas, com vistas aos ganhos de escala de
produção; uso intensivo de tecnologia com aumento da produtividade e a
consequente redução do nível de emprego rural. As empresas transnacionais do
agronegócio, além de fornecedoras de insumos e sementes transgênicas, são
também compradoras da produção, impondo, dessa forma, o preço, à medida que
controlam o mercado externo para quem se destinam as chamadas commodities
agrícolas.
Com relação à concentração das terras e
ao baixo índice de emprego do agronegócio, anotamos a seguir dados do perfil
agrário brasileiro, extraídos do Censo IBGE, de 2006: a área agricultável do
Brasil está estimada em 410 milhões de hectares. Naturalmente, apenas uma parte
dessa área estaria sendo cultivada.
Em relação ao Censo anterior, de 1996,
diminuiu o número de estabelecimentos com menos de 10 hectares. Eles
representam os pobres do campo, e eram em 2006 cerca de 2,5 milhões de
famílias.
A área ocupada pelos pobres do campo
corresponde a 7,7 milhões de hectares, (2,7% da área total brasileira). No
outro lado, temos apenas 31.899 fazendeiros que dominam 48 milhões de hectares
em áreas acima de mil hectares. E outros 15.012 fazendeiros com áreas
superiores a 2.500 hectares, que totalizam 98 milhões de hectares. São os
fazendeiros do agronegócio, que representam menos de 1% dos estabelecimentos,
mas controlam 46% de todas as terras.
De acordo com o Censo Agropecuário 2006
do IBGE, 16 milhões de pessoas estavam então ocupadas nos estabelecimentos
agropecuários. As pequenas propriedades rurais empregavam 87% do total de
postos de trabalho no campo, enquanto as grandes ficavam com apenas 2,5%.
Segundo o geógrafo Eduardo Girardi
(Ciência e Tecnologia da UNESP), a concentração da estrutura fundiária no
Brasil está inserida no modelo de desenvolvimento exportador.
Cerca de 80% das exportações
agropecuárias brasileiras são de apenas nove produtos (soja, carnes,
cana-de-açúcar, café, couro, fumo, laranja, produtos florestais e algodão), que
ocupam 74% de toda área plantada no País. Enquanto isso, em 2004, 15 milhões de
brasileiros com carência alimentar viviam no campo.
Para Girardi, a política agrária das
últimas décadas, favorável ao agronegócio e ao latifúndio, foi a responsável
pelo forte desmatamento ocorrido nos nove Estados da Amazônia Legal e que o
desmatamento da região norte foi uma maneira de se evitar a reforma agrária nas
regiões sul e sudeste do país.
Outra característica do agronegócio é a
prática da monocultura (soja, cana-de-açúcar, café, algodão etc.) que agride o
meio ambiente, destruindo todas as outras formas de vida vegetal e animal, e só
consegue produzir com elevado uso de venenos agrícolas, daí porque o Brasil se
tornou o maior consumidor mundial de agrotóxicos do mundo, que são, aliás,
produzidos por empresas transnacionais.
À opção ao agronegócio seria a
agricultura familiar, que, como é sabido, prioriza o mercado interno, com a
produção de alimentos sadios, por meio de práticas agrícolas em equilíbrio com
a natureza, com agricultura diversificada e que demanda muita mão de obra.
O agronegócio está voltado
prioritariamente para o comércio exterior, e ele só prospera em áreas de grande
extensão, então, como ficaria o equilíbrio da balança comercial brasileira, se
desaparecesse a receita de exportação do agronegócio (cerca de US$ 40 bilhões)?
Relatório da FAO (agência da ONU) nos
diz que o consumo mundial de alimentos terá de aumentar, no mínimo, em 20%, nos
próximos dez anos. E se espera que o Brasil contribua com pelo menos 40% dessa
oferta. Logo, a receita atual do agronegócio seria simplesmente substituída
pela produção e exportação de alimentos da agricultura familiar.
Concluímos que a reforma agrária é
solução para milhões de brasileiros, muitos dos quais expulsos do campo e que
não encontraram um lugar nos grandes centros urbanos do país. A violência
generalizada, a triste realidade das favelas, a mendicância, tudo isso teve origem
lá atrás, na ausência de uma reforma agrária.
O agronegócio em Formosa, pelo que
ouvi, estaria alterando consideravelmente o habitat do Gerais. Suas atividades
agrícolas estariam conduzindo ao desmatamento, ao soterramento das nascentes e
à poluição dos riachos que deságuam no rio Preto.
O Gerais formosense integra o domínio
do cerrado brasileiro, o qual deve ser visto antes de tudo como um banco
genético, riqueza superior bilhões de vezes aos resultados da prática
predatória do agronegócio. E aqui repetimos trecho de nossas ligeiras notas, de
janeiro de 2007, resultado de pesquisa que fizemos junto à Larousse.
Em consulta à Larousse, tomei
conhecimento que o Cerrado, com cerca de dois milhões de km2, é uma paisagem
típica do planalto Central (GO, TO, MT). Aparece ainda em Roraima, oeste da
Bahia e em parte de MG. O Cerrado é fonte de nossas principais bacias
fluviais. Seus solos apresentam elevada acidez, elevado teor de alumínio, baixa
retenção de água e lençóis freáticos profundos que associados ao clima
constituem características botânicas assemelhadas às savanas africanas. Em
geral dois estratos: vegetação herbácea, às vezes, em tufos, e
arbóreo-arbustivo com árvores esparsas de médio e pequeno porte; troncos e
galhos retorcidos, cascas grossas, e raízes profundas (cerca de 20 m); folhas
grandes, coriáceas, brilhantes ou revestidas por numerosos pelos. É um domínio
propício para as pesquisas da genética vegetal, dos fármacos, da fitoterapia,
além, é claro, das frutas silvestres, como o pequi, e a diversidade do reino
animal. E tudo isso está ameaçado pela ação usurária do agronegócio.
O Poder Público municipal de Formosa
com sua política de coexistência pacífica nada faz em relação ao atentado ao
meio ambiente promovido, principalmente, pelo agronegócio, por isso não há
política de conscientização ambiental oficial. Alguma coisa, talvez, seja dita,
a partir da iniciativa pessoal de alguma professora. O tema, porém, não é
discutido, debatido publicamente.
LIGEIRO HISTÓRICO
Formosa do Rio Preto: município brasileiro do estado da Bahia. Em 1º de
Julho de 2009, sua população era
estimada em aproximadamente 22.171 habitantes.
É o município baiano mais distante de sua capital. Entre Salvador e
Formosa são 1026 km.
História: O território integrava o sertão de Pernambuco. Seu
povoamento iniciou-se na primeira metade do século XIX por aventureiros
procedentes do Piauí, à procura de ouro e pedras preciosas numa região habitada
pelos índios aimorés. Estabelecendo-se à margem esquerda do rio Preto,
dedicaram-se à criação de gado e à agricultura de subsistência, formando o
povoado de Formosa, que se tornou ponto de pouso para tropeiros e viajantes em
trânsito para o Piauí, norte de Goiás (atual Tocantins), além do sul do Maranhão.
Em 1840, criou-se o distrito
subordinado ao município de Santa Rita do Rio Preto.
Em 1943, mudou-se o nome para Itajuí (para
alguns, pedra bonita, para outros, pedra pequena, pedregulho, pedrinha, rio das
pedrinhas) e, em 1953, para Formosa do Rio Preto, em razão da sede municipal
localizar-se à margem do Rio Preto. Somente em 1961 o município se emancipou.
Economia: Agricultura (1º produtor baiano de soja, 6º
produtor baiano de arroz, 12º produtor baiano de milho, 1º produtor baiano de
Algodão (tem o melhor algodão do mundo) e 37º produtor baiano de feijão).
Na pecuária destacam-se os rebanhos de
asininos, bovinos e equinos. Conforme registros na JUCEB, possui 43 indústrias,
ocupando o 98º lugar na posição geral do Estado da Bahia, 476 estabelecimentos
comerciais, 103º posição dentre os municípios baianos.
Seu parque hoteleiro registra 96
leitos.
Registro de consumo elétrico
residencial (kwh/hab): 77,53 - 202º no ranking dos municípios baianos.
Referências: (a b) Divisão
Territorial do Brasil. Divisão Territorial
do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Página visitada em 11 de outubro de
2008.
IBGE (10 out. 2002). Área
territorial oficial. Resolução da
Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Página visitada em 5 dez. 2010.
Censo
Populacional 2010. Censo Populacional
2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (29 de novembro de
2010). Página visitada em 11 de dezembro de 2010.
Ranking
decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil. Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) (2000). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
(a b) Produto
Interno Bruto dos Municípios 2004-2008. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Página visitada em 11
dez. 2010. Portal do Brasil - outras informações na Wikipédia
FORMOSA DO RIO PRETO, BAHIA
Área: 16.404,396 km2
Densidade (hab / km2): 1,37
Gentílico: formosense
Bioma: Cerrado
Latitude: 11,040 S
Longitude: 45,190 W
Código do município: 291.110
PIB (valor adicionado corrente) 2008
TOTAL:
R$ 459,29 milhões
Agropecuária: R$ 282,88 milhões
Indústria:
R$ 9,45 milhões
Serviços:
R$ 144,76 milhões
Impostos:
R$ 22,21 milhões
PIB per capita: R$ 21.042,26
(Nota do Sólon):
valor adicionado corresponde ao valor que cada produtor adiciona a um bem ou
produto, ao longo da cadeia produtiva. Para se chegar ao valor adicionado, cada
produtor exclui os valores gastos com a aquisição de insumos e outros bens
adquiridos de terceiros, imprescindíveis, porém, à elaboração do produto final.
Em termos gerais de todos os produtos, o valor adicionado corresponde,
aproximadamente, à metade do valor de produção, isto é, do valor de venda dos
produtos no mercado.
População residente (2010):
22.528
Homens: 11.660
Mulheres: 10.868
Domicílios recenseados: 7.126
Eleitorado: 14.005
Registro civil (2009)
Casamentos: 81
Separação: 2
Divórcio: 5
Matrículas (2009):
Fundamental: 4.401 (66,1%)
Médio:
1.270 (19,1%)
Pré-escola: 983 (14,8%)
Docentes:
Ensino Fundamental: 362 (80,6%)
Ensino Médio:
51 (11,4%)
Pré-escola:
36 (8,0%)
FORMOSA DO RIO PRETO, BAHIA
Meios de Transporte (Frota):
Automóveis 296
Caminhões 86
Caminhões-trator 6
Caminhonetes 196
Micro-ônibus 2
Motocicletas 706
Motonetas 133
Ônibus 12
Tratores 0
TOTAL: 1.437
Número de escolas por série (2009):
Fundamental 75 (51,7%)
Pré-escola 67 (46,2%)
Médio 3 (2,1%)
Estabelecimentos de saúde (2009):
Municipais: 8 (88,9%)
Privados: 1 (11,1%)
Estaduais: 0
Federais: 0
Nascidos vivos: 440 pessoas
Morbidade hospitalar (2009):
Homens: 1 (33,7%)
Mulheres: 2 (66.7%)
Receitas municipais (2008):
Receitas: R$ 34.215.379,62 (55,0%)
Despesas R$ 27.978.645 (45,0%)
Estabelecimentos bancários (2009):
Agência: 1
Operações de crédito (R$ mil): 79.018
Depósito a vista (governo) (R$ mil):
494
Depósito a vista (privado) (R$ mil):
3.973
Poupança (R$ mil): 6.368
Pecuária (2009)
Bovinos: 51.570
Eqüinos: 2.896
Asininos: 540
Muares:
206
Suínos: 5.750
Caprinos: 1.200
Ovinos: 3.400
Galinhas, frangos e pintos: 55.545
Vacas ordenhadas: 5.672
Leite de vaca: 1.556.000 litros
Ovos de galinha: 48.000 dúzias
Mel de abelha: 950 kg
Produção agrícola (2009)
Algodão herbáceo (em caroço)
Quantidade: 67.926 toneladas
Valor da produção: R$ 66,23 milhões
Área plantada (há): 20.939
Rendimento médio: 3.243 kg/ha
Arroz (em casca)
Quantidade: 9.306 toneladas
Valor da produção: R$ 6,75 milhões
Área plantada (há): 5.647
Rendimento médio: 1.647 kg/ha
Cana-de-açúcar:
Quantidade: 6.046 toneladas
Valor da produção: R$ 534 mil
Área plantada (há): 130
Rendimento médio: 46.500 kg/ha
Feijão (em grão)
Quantidade: 1.645 toneladas
Valor da produção: R$ 2,20 milhões
Área plantada (há): 845
Rendimento médio: 1.946 kg/ha
Mandioca:
Quantidade: 5.160 toneladas
Valor da produção: R$ 929 mil
Área plantada (há): 430
Rendimento médio: 12.000 kg/ha
Milho (em grão):
Quantidade: 226.368 toneladas
Valor da produção: R$ 63,38 milhões
Área plantada (há): 29.220
Rendimento médio: 7.747 kg/ha
Soja (em grão):
Quantidade: 638.357 toneladas
Valor da produção: R$ 427,83
milhões
Área plantada (há): 250.336
Rendimento médio: 2.550
kg/ha
Sorgo (em grão)
Quantidade: 8.280 toneladas
Valor da produção: R$ 2,32
milhões
Área plantada (há): 3.450
Rendimento médio: 2.400
kg/há
Laranja: 410 toneladas
Valor da produção: R$ 144 mil
Área plantada: 10 hectares
Rendimento médio: 41 mil kg/ha
Limão: 968 toneladas
Valor da produção: R$ 310 mil
Área plantada: 45 hectares
Rendimento médio: 21,5 mil kg/ha
Banana: 1800 toneladas
Valor da produção: R$ 919 mil
Área plantada: 100 hectares
Rendimento médio: 18 mil kg/ha
Mamão: 3.395 toneladas
Valor da produção: R$ 2,89
milhões
Área plantada: 70 hectares
Rendimento médio: 48.500 kg/ha
Manga: 1.397 toneladas
Valor da produção: R$ 531 mil
Área plantada: 110 hectares
Rendimento médio: 12.700 kg/ha
Maracujá: 2.064 toneladas
Valor da produção: R$ 2,1 milhões
Área plantada: 86 hectares
Rendimento médio: 24.000 kg/ha
Fibras de buriti: 2 toneladas
Valor da produção: R$ 5 mil
Carvão vegetal: 420 toneladas
Valor da produção: R$ 97 mil
Estatística do cadastro central de empresas (2008)
No de unidades locais: 349
No de empresas atuantes: 343 unidades
Pessoal ocupado total: 1.393
Pessoal ocupado assalariado: 1.031
Salário e outras remunerações: R$ 12, 6 milhões
Salário médio mensal: R$ 2,1 Salário Mínimo
Volume de água tratada distribuída por dia:
Tratamento convencional: 1.486 m3
Sem tratamento: 200 m3
No de economias abastecidas, de economias ativas:
Abastecidas e de domicílios: 5.121
No de economias ativas abastecidas residências: 4.439